O Estado e a Guerra de Quarta Geração

18 de outubro de 2009

Ontem, dia 17 de outubro, mês do aviador, o tráfico abateu um helicóptero da PM do Rio. Qualquer semelhança com passagens no Afeganistão ou em Bagdá não é mera coincidência. Essa é uma nítida amostra de que estamos envolvidos até o pescoço na chamada “Guerra de Quarta Geração”, contra a qual o Estado Nacional ainda não está preparado. O inimigo, antes invasor como uma bactéria, agora nos corrói por dentro como um câncer...

Essa nova guerra, já sabemos, apresenta um novo tipo de soldado, rústico, sem uniforme e bem adestrado na constância do combate, pertencente a pequenos grupos armados, ligados ao tráfico de drogas, de armas, de diamantes, de gente, ou grupos insurgentes, paramilitares, gangues armadas, milícias, mercenários a soldo de grupos econômicos, facções racistas, terroristas etc, etc... Então? Estamos preparados?
A principal questão é que não se trata de um problema de segurança pública, mas de um problema de Segurança Nacional, que tem ocupado a pauta da agenda de segurança mundial ou regional ultimamente. Especialistas em Estratégia e Relações Internacionais já concordam que o combate a esses “novos guerreiros” demanda uma melhor preparação da estrutura de defesa do Estado e, em conseqüência, de suas Forças Armadas e/ou de Segurança Pública.
Além do “novo soldado”, outra característica dessa nova guerra é a exploração da incapacidade do Estado de lhe dar combate, por diversas razões, dentre as quais se destacam os conflitos de competências legais para atuação, fruto de leis de segurança desatualizadas; a miséria extrema das periferias e do campo, campo fértil para alistamento desses novos combatentes; e a radicalização da democracia, que permite que os limites da sociedade chegue às raias impunidade absoluta de forma aparentemente irreversível.
Assim, com o Estado desorganizado e, com ele, a sociedade como um todo, esses grupos se multiplicam, ousam, massacram, compram consciências, elegem políticos de má índole, se apoderam de grupos econômicos, queimam cidades, propagam o caos, atiram bombas e granadas, derrubam helicópteros... Tudo isso nas barbas das autoridades, diante do mirar atônito da sociedade e da nociva complacência de especialistas da mídia, auto-intitulados antropólogos, sociólogos, especialistas em direitos humanos, forças ocultas de uma sociedade democrática sem limites.
Esse não é um desafio só nosso, brasileiro. Não. É a realidade mundial e um desafio para todo o planeta. Devemos nos preparar para dar combate a essa guerra de quarta geração que se aperfeiçoa através da tecnologia, entrando numa quinta geração da guerra, muito mais potencializada pelos novos campos de batalha cibernéticos, ameaçando, como se não bastasse a destruição do nosso mundo real, até mesmo o nosso mundo virtual.

1 comentários:

Helio disse...

Amigo Alex,

Olha aí a confirmação de seu post:

Atentado a bomba gera pânico no Recreio dos Bandeirantes http://bit.ly/dx2OMp