Segurança

2 de maio de 2010

Ontem, 29 de abril de 2010, ouvi uma notícia sobre a situação dos “Condomínios fechados” em São Paulo. Esses que servem para abrigar e isolar as pessoas da cidade em que vivem. A verdade é que aconteceram alguns assaltos nesses condomínios e os bandidos conseguiram levar bens e dinheiro dos moradores abonados.
O interessante, no entanto, foi o arsenal proposto por analistas e especialistas em segurança urbana para que casos como esses não voltem a acontecer.

Falavam da necessidade de se colocar sensores infravermelhos nas vias para captar os movimentos das pessoas nas ruas do bairro e de vigias noturnos em duplas, para deter os suspeitos que lograssem entrar nos limites desses condomínios fechados...
Propuseram a contratação de outra empresa de segurança para fazer a “auditoria operacional” da empresa titular, com o fim de identificar os erros ou os golpes perpetrados pelos funcionários…
Falavam de cabos elétricos, cartões, alarmes de ruídos sofisticados (para não dar alarmes de gatos, cachorros, ratos ou morcegos), ouvi falarem do vigia dos vigias e um sem número de medidas que, se não adotadas, segundo a profecia dos especialistas de gravata, os ricos jamais se sentiriam seguros nos seus condomínios fechados.
Bom, eu não sabia se ria ou chorava diante da TV. A que ponto nós chegamos…
Imaginei as pessoas vivendo em “liberdade condicional”, saindo de seus lares por curtos períodos de tempo, baixo um duro controle, voltando depois, com hora marcada, como bandidos para a prisão.
Que lástima… Tudo de cabeça para baixo nesse mundo, onde as pessoas não vivem mais nas cidades em que vivem… Na verdade não vivem.
O mundo é dos expertos, alguém disse. E é verdade.
O dinheiro já não compra a segurança, já não protege, já não isola, já não permite viver.
Os meninos saem de suas casas para as escolas e delas para suas casas, sem conhecer a cidade ou o bairro. São prisioneiros em seus espaços fechados, clubes e escolas. Passam pela vida. E sonham com um dia viver em um paraíso longe de sua casa, longe de tudo… Mas onde?

0 comentários: